terça-feira, 10 de julho de 2012

Poderá polônio proteger Irã contra Israel?

                                                                                                         Foto: EPA
Poderá polônio proteger Irã contra Israel?
O objetivo das recentes especulações sobre eventual envenenamento de Yasser Arafat com o polônio radioativo consiste em diminuir o risco de um ataque militar contra o Irã. Ao menos, tal interpretação de acontecimentos está em foco na mídia internacional.

Há dias, o canal Al Jazeera do Qatar revelou: em 2004, o líder palestiniano morreu vítima de envenenamento com polônio, sendo esse resultado dos testes de fragmentos da roupa de Arafat, efetuados na Suíça. Seria lícito perguntar, quem estaria interessado em lançar tal bomba informativa que fez explodir os blocos de notícias em vários países? E por que é que isso ocorreu nesses dias?
O perito do Instituto de Pesquisas do Oriente, Vladimir Sotnikov, opina ser necessário procurar inspiradores morais do homicídio no meio de numerosos «amigos jurados» de Arafat e, ao mesmo tempo, adianta explicações destas notícias sensacionalistas.
"Ultimamente, têm sido freqüentes tentativas de reanimar o diálogo pacífico no Médio Oriente. Trata-se, pois, de um jeito de exercer pressão sobre a Autoridade Palestiniana. Além disso, a região continua sendo afetada pela confrontação intersíria cada vez mais grave. Há quem esteja interessado em lançar tais especulações precisamente nesse lapso de tempo. Não foi por acaso que a Al Jazeera também pediu um exame pericial. E este pedido não foi, de forma alguma, ocasional. Nessa fase, devem ter coincidido os interesses de uma série de jogadores influentes do Próximo e Médio Oriente."
Assim sendo, o Irã gostaria que lhe fosse criada uma imagem de um país mártir, capaz de ser atingido por Israel. Por isso, seria bom se tais polémicas à volta da morte de Arafat acabassem por redundar em confrontos entre Israel e a AP. Porque neste caso, Israel não teria nem tempo, nem desejo suficientes para pensar em ataques militares contra o Irã.
E como encaram a hipótese de "pista iraniana" os próprios palestinianos? O embaixador da Autonomia Palestina em Moscou Faed Mustafa comenta.
"Até hoje não se pode concluir que Arafat foi envenenado. Nem podemos dizer com certeza quem era realmente interessado em sua morte e, por isso, gostaríamos de aderir à investigação. Não tenho informações sobre alguma ligação entre a morte de Arafat e o Irã. Seria razoável se assentássemos as hipóteses em factos concretos."
A informação divulgada pela Al Jazeera não especifica um local de produção de polônio. No entanto, os especialistas que fizerem os testes da roupa de Arafat devem conhecer pormenores, incluindo o nome de uma fábrica que tenha produzido polônio, consideram peritos da VR. Ao que parece, o polônio foi trazido de um país do Leste europeu. Os EUA não centram muita atenção nesta temática para evitar acusações de falta de objetividade. Tanto mais que os EUA podiam ter beneficiado tal fuga de informações.


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