terça-feira, 28 de agosto de 2012

Grécia está disposta a vender ilhas para ajudar na dívida


A Grécia está disposta a vender algumas ilhas desabitadas para ajudar as suas finanças públicas. A revelação foi feita pelo primeiro-ministro grego Antonis Samaras numa entrevista ao jornal francês Le Monde. Samaras deve encontrar-se esta sexta-feira com a chanceler alemã e no dia seguinte com o Presidente francês, num esforço titânico para tentar conseguir concessões para o seu país, a braços com uma situação económica desesperada.

Antonis Samaras disse que o investimento é a chave para reviver a economia grega e que os planos de privatização incluem a venda de caminhos-de-ferro e de uma parte da costa da Ática. 

Interrogado sobre se Atenas estaria disposta a vender também algumas das suas ilhas desabitadas o chefe do executivo grego respondeu pela afirmativa: “Desde que isso não coloque problemas em termos de segurança nacional, algumas dessas ilhotas podem ter uma utilização comercial”. 


“A maior parte dessas ilhas são desabitadas, e situam-se no meio de um arquipélago, explicou Samaras, sem no entanto entrar em pormenores ou explicar se o governo estará a considerar desfazer-se das ilhas a título permanente.
Atenas não quer vender ilhas "ao desbarato"

“Não se trata de nenhuma forma de as vender ao desbarato, mas sim de transformar terreno que não está a ser utilizado em capital que pode ser usado para gerar lucro, a um preço justo” sublinhou.

Na entrevista ao Le Monde, Samaras critica ainda alguns responsáveis europeus que têm vindo a público acenar com a saída da Grécia do euro. 

“É preciso dissipar todas as dúvidas quanto ao futuro da Grécia na Zona Euro. Como é que se pode privatizar empresas quando todos os dias, responsáveis europeus especulam publicamente sobre “a potencial saída da Grécia da moeda comum?”. Isso tem de acabar. Se nós fizermos o nosso trabalho a Grécia pode ser salva. Todas a gente têm a ganhar com uma ‘success story’ grega”.
Saída do euro seria "devastadora"

Samaras lembra que uma saída do seu país do euro “seria devastadora para a Grécia, e prejudicial para a Europa”. 

Segundo ele, isso significaria uma nova quebra de cerca de 70 por cento no nível de vida dos gregos que, neste momento, já recuou 35 por cento por causa da ação combinada da desvalorização e da inflação. 

“Nenhuma sociedade poderia lidar com esse choque”, avisa “ nenhuma democracia lhe poderia sobreviver”.

Questionado sobre o que pretende obter das reuniões com Angela Merkel e de François Hollande, Antonis Samaras reafirma que “a única coisa em que queremos insistir é que a retoma económica é necessária para atingir os nossos objetivos”. 

O primeiro-ministro grego garante que Atenas não quer discutir os objetivos do programa, mas apenas garantir que estes serão atingidos salvaguardando a coesão social. 

“Quero apagar a ideia de que a Grécia está aí para causar problemas”. Eu estou aí para os resolver. Mas nós temos necessidade de ar para recuperarmos o folego”, disse, recuperando a imagem que já ontem tinha utilizado numa entrevista ao jornal alemão Bild. 


Visto em: LIBERTAR.in
Fonte: RTP Notícias

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