A Coca-Cola comercializada no Brasil contém a maior
concentração do 4-metil-imidazol (4-MI), subproduto presente no corante
Caramelo IV, classificado como possivelmente cancerígena. A análise foi
realizada no Centro de Pesquisa CSPI (Center for Science in the Public
Interest), de Washington D.C. Eles testaram a quantidade da substância nas
latas de Coca-Cola também vendidas no Canadá, Emirados Árabe, México, Reino
Unido e nos Estados Unidos. As informações sobre o estudo foram divulgadas pelo
Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
A pesquisa que apontou os riscos do Caramelo IV à saúde das
pessoas foi feito pelo Programa Nacional de Toxicologia do Governo dos Estados
Unidos e fez com que a Iarc (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer), da
OMS (Organização Mundial da Saúde), incluísse o 4-MI na lista de substâncias
possivelmente cancerígenas.
Concentrações
De acordo com o Centro de Pesquisa CSPI, o refrigerante
vendido no Brasil contém 263 mcg (microgramas) do corante cancerígeno em 350
ml, cerca de 267mcg/355ml. Essa concentração é muito maior em comparação com a
Coca-Cola vendida no Quênia, que ficou na segunda posição, com 170 cmg/355ml.
QUANTIDADE DE 4-METIL-IMIDAZOL (4-MI) NA COCA-COLA EM NOVE
PAÍSES
País 4-MI em microgramas (mcg) em cada 355 ml
Brasil 267
Canadá 160
China 56
Japão 72
Quênia 177
México 147
Emirados Árabes Unidos 155
Reino Unido 145
Estados Unidos (Washington DC) 144
Estados Unidos (Califórnia) 4
A Coca-Cola do Brasil fornece nove vezes mais o limite
diário de 4-MI estabelecido pelo governo da Califórnia, que estipulou a
quantidade máxima de 39 ml do refrigerante por dia e nenhum outro produto que
possui o corante Caramelo IV em sua composição.
Como nos últimos 30 anos o consumo de refrigerante
quintuplicou no Brasil, o Idec ressalta que, independentemente da presença do
corante, todas as bebidas que contêm açúcar devem ser evitadas, pois se
consumidas em excesso podem aumentar o risco de diabetes, obesidade e doenças
associadas aos cânceres de esôfago, rins, pâncreas, endométrio, vesícula
biliar, cólon e reto.
Mudanças
Nos Estados Unidos, após diversas petições de entidades de
defesa do consumidor, o Estado da Califórnia reconheceu a periculosidade do
aditivo. Diante disso, empresas como a Coca-Cola e a Pepsi dos Estados Unidos
divulgaram que realizarão mudanças em suas fórmulas, de acordo com o instituto.
Por ser um ingrediente que desempenha uma função puramente
estética, o Idec questionou às empresas brasileiras se elas possuíam outras
alternativas ao Caramelo IV. Foi indagada, ainda, a quantidade de
2-metilimidazol e 4-metilimidazol presente em seus produtos.
À Anvisa, o Idec questionou a base científica para permissão
do uso do Caramelo IV no Brasil (estudos que garantem a segurança do aditivo),
e se a agência monitora as quantidades de Caramelo IV e 2-metilimidazol e
4-metilimidazol presentes nos produtos alimentícios brasileiros. O Idec exigiu
que a agência adotasse providências imediatas, tendo em vista a proteção à
saúde do consumidor.
As empresas e a Anvisa terão o prazo de 10 dias para
responder aos questionamentos do Idec.
Outro lado
No fim da tarde desta segunda-feira, a Coca-Cola enviou
comunicado em que afirma que quantidade da substância 4-metil-imidazol (4-MI)
presente no corante caramelo utilizado nos produtos é "absolutamente
segura" e segue os padrões aprovados pela Anvisa.
"Coca-Cola não vai alterar sua fórmula mundialmente
conhecida. Mudanças no processo de fabricação de qualquer um dos ingredientes,
como o corante caramelo, não tem potencial para modificar a cor ou o sabor da
bebida. Ao longo dos anos já implementamos outras mudanças no processo de
fabricação de ingredientes, no entanto, sem alterar nossa fórmula
secreta", afirma a empresa.
"Continuamos a nos orientar por evidências científicas
sólidas para garantir que nossos produtos sejam seguros. Coca-Cola Brasil
produz bebidas rigorosamente dentro das normas e observando as regras sobre
quantidades e ingredientes recomendadas. O elevado padrão de qualidade e
segurança dos nossos produtos permanece sendo nossa mais alta prioridade."
Fonte: http://noticias.uol.com.br/
Via: LIBERTAR
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