sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Síria e Turquia à beira da guerra


Síria, Turquia, guerra, OTAN, ONU, Ban Ki Moon, Recep Tayyip Erdogan

A ONU e a OTAN condenaram o incidente com ataques na fronteira entre a Síria e Turquia. O secretário-geral da ONU apelou à Turquia para não quebrar os contatos com a Síria. A OTAN apoiou a Turquia, mas por enquanto não haverá uma resposta militar coletiva ao bombardeamento da Turquia pela Síria.

A Turquia pediu ao Conselho de Segurança da ONU para tomar medidas para forçar a Síria a terminar ações agressivas. Na quarta-feira, um projétil de artilharia lançado de território sírio acertou em uma casa habitada na cidade turca de Akçakale. Foi morta uma mãe de muitos filhos e quatro deles. 13 pessoas ficaram feridas.

Ancara acredita que o projétil foi lançado por uma unidade do exército do governo da Síria. Em resposta, a Turquia bombardeou a área do território sírio, de onde tinha sido disparado o projétil. O ministro da informação sírio Omran al-Zoubi expressou condolências à família turca, vítima da tragédia. Ele confirmou o desejo de Damasco de manter relações pacíficas com o povo turco. O ministro disse também que na área fronteiriça se encontram muitos grupos terroristas. Suas atividades podem representar uma ameaça não só para a Síria, mas para a segurança de toda a região.

A Turquia, por sua parte, exigiu uma reunião de emergência do Conselho da OTAN. Ele apoiou plenamente Ancara e exigiu que Damasco pare imediatamente quaisquer ações agressivas. No entanto, segundo relata a imprensa ocidental, ainda é prematuro falar sobre a aplicação do artigo 5º do Tratado de Washington da OTAN. Ele estipula a possibilidade de resposta militar coletiva de todos os aliados a uma agressão contra um deles.

Este artigo já foi recordado em junho. Quando as forças de defesa antimíssil da Síria destruíram um caça turco. No entanto, o artigo 5º não chegou a ser aplicado na prática.

Agora, fontes da OTAN comunicaram que por enquanto estão sendo conduzidas consultações com base nas informações fornecidas pela Turquia. Eles consideram prematuro especular sobre a possibilidade de uma resposta militar coletiva.
Entretanto, é possível que o exército turco receba já hoje um mandato para operações militares nas áreas fronteiriças da Síria. Eis o que relata a correspondente especial da Voz da Rússia na Turquia, Olga Haldyz:

"Em 17 de outubro termina o prazo da permissão para conduzir operações militares fora do território da Turquia. As forças armadas do país recebem essa permissão, renovável anualmente, do Majlis para conduzir no território do Iraque operações especiais contra militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão. Sem esperar pelo fim da validade da permissão anterior, na quinta-feira, o parlamento turco vai realizar uma reunião de emergência, cuja agenda, muito provavelmente, irá incluir a questão de dar permissão às Forças Armadas turcas para conduzir uma operação também no território da Síria".

Este pedido, assinado pelo primeiro-ministro Tayyip Erdogan, foi enviado ao parlamento na noite de quarta-feira. Ele fala da necessidade de agir atempada e rapidamente, e de tomar medidas necessárias contra riscos e ameaças à segurança nacional.

Por sua parte, o secretário-geral da ONU Ban Ki Moon apeloa a Ancara para manter abertos todos os canais de comunicação com Damasco. Eles são indispensaveis para, em caso de necessidade, reduzir o nível de tensão devido ao incidente com o bombardeamento.

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