Nesta sexta-feira
começam em Londres os Jogos Olímpicos de verão. A Olimpíada ainda não começou
mas já entrou na História no que se refere às medidas de segurança e aos
escândalos.
A tentativa de contratar empresas privadas para manter a segurança dos
Jogos fracassou, as Forças Armadas britânicas transformaram a zona olímpica da
cidade em uma verdadeira fortaleza, na cidade há equipamentos militares
pesados, aviação e até um porta-aviões.
Falta pouco mais de um dia para a abertura dos Jogos Olímpicos. Nos
aeroportos de Londres é grande a balbúrdia: centenas de milhares de torcedores
chegam à cidade para ver as competições. Todos se debatem com a principal
característica destes Jogos: o enorme número de policiais e militares nas ruas
e edifícios.
As autoridades da Grã-Bretanha não escondem que Londres está praticamente
em estado de sítio. A ministra do Interior, Theresa May, declarou abertamente:
"A operação de garantia da segurança dos Jogos Olímpicos é a mais
complexa e de maior envergadura desde os tempos da Segunda Guerra
Mundial."
Só que as autoridades britânicas não estavam preparadas para esta luta e,
nos últimos meses, foram obrigadas a tomar medidas urgentes para salvar a situação.
O primeiro sinal preocupante surgiu quando se soube dos problemas da
empresa G4S – que foi escolhida para garantir a segurança da Olimpíada. O
Governo resolveu fazer uma experiência e economizar, optando por empresas
privadas de segurança e não pela Polícia. A empresa G4S deveria pôr a
disposição 10.500 agentes de segurança, tendo exigido para isso 280 milhões de
libras. Acontece que a empresa assumiu esse compromisso sem ter assegurado os
necessários recursos humanos. Ela não conseguiu recrutar o número necessário de
agentes e muitos se recusaram a trabalhar. Tudo isso provocou um enorme
escândalo nacional, tendo o diretor da empresa, Nick Buckles, sido chamado ao
Parlamento, onde enfrentou a indignação dos deputados.
Durante a Olimpíada, as autoridades suspenderam temporariamente a
resolução do conflito com o proprietário da G4S, agora o mais importante é
garantira segurança.
Mas não devemos ter dúvidas – depois dos Jogos, algumas cabeças irão
certamente rolar. O incumprimento do contrato pode custar aos contribuintes
britânicos no mínimo 200 milhões de libras esterlinas. As autoridades foram
obrigadas a mobilizar à pressa de várias regiões do país forças adicionais da
Polícia e militares. Eis o que disse a este propósito a ministra do Interior, Theresa
May:
"A empresa G4S não cumpriu as suas obrigações mas nós temos os
melhores militares do mundo. Quaisquer divisões que sejam necessárias poderão e
estão prontas a vir ajudar a qualquer momento, quando o seu profissionalismo
for necessário ao país."
As declarações tocantes da ministra não se coadunam com a dura realidade.
Os militares (isso nem sequer é escondido) não fazem mais que “tapar buracos”
no sistema de segurança dos Jogos Olímpicos.
É claro que, para os simples visitantes e torcedores, a maior parte dos
problemas acaba por não ser visível mas acabará por ter influência na atmosfera
dos Jogos. É difícil esperar simpatia da parte de um policial que foi trazido
do outro lado do país ou de um militar cujas férias com a família foram canceladas
devido à negligência dos funcionários.
Fonte: Voz da Rússia
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